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Reforma Tributária: "Quem não se preparou já está atrasado"

Ao longo dos próximos oito anos, a maior mudança no sistema de tributos do Brasil desde a Constituição de 1988 passará a vigorar em fases. A transição para a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) ― somada ao Imposto Seletivo e ao inédito mecanismo de split payment ― exige que empresas de todos os portes revisem, desde já, processos, sistemas e modelos de precificação. Como alertou Bernard Appy, secretário extraordinário do Ministério da Fazenda, “quem não se preparou já está atrasado”.

 

O que está mudando

Fase 1:  2026    Início simbólico da CBS (0,9%) e IBS (0,1%) — empresas podem ser dispensadas se cumprirem obrigações acessórias.

Fase 2:  2027    Cobrança definitiva da CBS; extinção de PIS/Cofins; criação do Imposto Seletivo; IOF extinto; IPI zerado (exceto ZFM).

Fase 3:  2029 – 2032    Substituição progressiva de ICMS e ISS pelo IBS.

Fase 4:  2033    Antigos tributos extintos; novo modelo plenamente vigente.

 

Além disso, o split payment torna-se obrigatório em 2027: o imposto é retido automaticamente pelo sistema de pagamentos no ato da transação, alterando a lógica de caixa, conciliação bancária e gestão de fluxo financeiro.

 

Por que agir agora e não em 2026

*Complexidade operacional.

*Integração de ERP, gateways de pagamento e bancos de dados para suportar split payment.

*Ajustes na formação de preço (impacto de alíquotas e créditos presumidos).

*Exposição a riscos.

*Multas por erro nas novas obrigações acessórias do IBS/CBS.

*Contingências fiscais se os testes não estiverem concluídos antes da virada de cada fase.

*Vantagem competitiva

*Negociar contratos futuros já com cláusulas de reajuste tributário.

*Demonstrar governança tributária robusta a investidores e parceiros comerciais.

 

Três frentes de trabalho prioritárias

Sistemas e Tecnologia

Mapeamento de processos: identifique onde PIS/Cofins, ICMS e ISS são calculados hoje.

 

Atualização ou troca de ERP: a base de cálculo da CBS/IBS é diferente; garanta que o fornecedor liberará patches nos próximos 12 meses.

 

Compliance de dados: cadastros de produtos e serviços precisarão de novos códigos fiscais.

 

Pessoas e Capacitação

Treinamento dos times fiscal, contábil e de TI em legislação, regras de crédito, preenchimento de declarações digitais.

 

Planejamento de sucessão: não dependa de um único “guru” tributário; crie documentação interna e trilhas de conhecimento.

 

Comunicação corporativa: envolva áreas de vendas, supply chain e contratos para evitar conflitos de precificação.

 

Estratégia e Modelagem Financeira

Simulações de carga tributária para cada linha de produto e cliente.

 

Reestruturação societária: avalie centros de distribuição e filiais à luz do fim do ICMS na origem.

 

Gestão de preços: atualize tabelas considerando créditos e débitos do novo regime para proteger margens.

 

O papel estratégico do contador

O contador passa a ser o centro da estratégia fiscal, atuando como consultor de alto valor para as empresas.

 

* Diagnóstico de impacto tributário setorial (indústria, comércio, serviços).

* Planejamento de aproveitamento de créditos para maximizar cash flow.

* Intermediação com bancos e fintechs na adoção do split payment.

 

Consequências de não se preparar

Risco e  Impacto Potencial

Erros nas declarações IBS/CBS : Multas de até 3% sobre o valor da operação por documento fiscal.

Sistemas não adaptados ao split payment: Bloqueio de pagamentos, aumento de chargebacks e perda de clientes.

Incapacidade de repassar novos custos: Erosão de margem e competitividade, especialmente em cadeias de valor enxutas.

 

O futuro fiscal começa agora

A reforma tributária é inevitável e já tem calendário definido. Empresas que tratam o tema como urgência ― e não como “problema de 2026” ― transformarão uma exigência legal em diferencial competitivo. Investir hoje em tecnologia, capacitação e modelagem fiscal reduz custos, minimiza riscos e posiciona seu negócio para crescer num ambiente tributário mais simples e transparente.

Não espere 2026 para descobrir que seu sistema não emite a nova nota fiscal ou que seu preço não cobre a CBS. Quem se antecipa economiza; quem adia, paga a conta.